9.12.09

Pirataria 2.0

Artigo instigante de Paulo Rebelo, publicado no Webinsider. Fala sobre a profissionalização da pirataria.

Meu insight: se a grande indústria do entretenimento insiste e investe ainda para monopolizar os meios de distribuição, como nos tempos da mídia de massa , no século XX, fatalmente abre espaço para os piratas, que se sofisticam. Criar dificuldades pra vender facilidades pode gerar concorrência.

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Militao Ricardo
Musico, Jornalista, Produtor Musical e Professor.
mrmaya@uol.com.br

18.11.09

Copyrights em discussão:

Entrevista publicada no jornal O Estado de São Paulo, com o José Murilo Carvalho Júnior, do Ministério da Cultura. Uma análise serena das possibilidades que surgem com uma redefinição do conceito de direito de autor. Esta é uma importante discussão que se processa em alguns setores da sociedade brasileira e que precisa ser ampliada. As possibilidades de estruturação da indústria fonográfica no século XXI dependem desta legislação. Daí a necessidade de uma atualização.


Murilo foi guitarrista da Banda 69, entre 1981 e 84, em Brasilia. Tive o prazer de integrar este grupo ao seu lado.

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Fonte: http://blog.estadao.com.br/blog/link/?title=precisamos_pensar_mais_nos_direitos_dos&more=1&c=1&tb=1&pb=1


18.11.09

Link permanente "Precisamos pensar mais nos direitos dos usuários e menos nos de propriedade intelectual"

por Rafael Cabral , Seção: Internet, Cultura digital, Pirataria, Música, Cultura livre, Legislação às 16:30:02 .

Desde 2004, José Murilo Júnior é gerente de informações estratégicas no Ministério da Cultura, coordenando as políticas públicas de cultura digital no órgão. Desde 2002 mantém um blog, cujo objetivo, diz ele, é monitorar “questões relacionadas a abusos na proteção de direitos autorais e manutenção das liberdades civis na rede”. Também foi um dos editores do site de jornalismo colaborativo Global Voices Online e atualmente comanda o Fórum da Cultura Digital Brasileira, rede social que ele define como "uma proposta arrojada de interação com o público e de criação de políticas pela rede".

Leia também:
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Lei de direito autoral vira campo de batalha na cultura
EUA pode enrijecer leis de copyright, nos moldes da Lei Sarkozy
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Ele falou com o Link para a nossa série de matérias sobre a renovação dos direitos autorais na era digital, e afirmou que o Brasil abraçou a cultura do compartilhamento e a pirataria física por causa dos altos preços de bens culturais. Em sintonia com a proposta de revisão da lei de proteção ao autor, articulada pelo MinC, advogados e ativistas do livre compartilhamento, ele defendeu uma mudança do foco da discussão sobre copyright no Brasil: pensar mais nos direitos dos usuários que baixam músicas, livros e filmes e menos naqueles que dizem perder com o p2p.


Flickr @ André Deak

Somos piratas por uma característica cultural ou por que somos um país em desenvolvimento e as opções pagas - música, filmes, etc - na web ainda são muito caras?

Creio que são os altos preços de livros, CDs e DVDs que levam os brasileiros a sentir pouco (ou nenhum) remorso em usufruir de cópias não autorizadas de arquivos na rede. Me parece que a abertura proposta pela rede é rapidamente apropriada e faz muito sentido para a cultura local.

E como a questão dos direitos autorais se articula com isso?

Entendo que neste momento é necessário refletir melhor sobre os direitos que esta multidão de novos usuários adquire, em contraponto aos direitos de propriedade intelectual, neste cenário onde viabilizar amplo acesso à cultura e ao conhecimento torna-se algo com custo próximo a zero. Políticas públicas e marcos regulatórios precisam ser ajustados a esta nova realidade, sob pena de colocarmos em risco as possibilidades democratizantes da rede.

Você acha que o Brasil já é um país digital? Não falo de inclusão, já que para isso ainda falta muito. Mas da integração do povo com as tecnologias digitais, seja na invasão às redes sociais, seja no uso da pirataria para criar o mercado do tecnobrega, no Pará.

O brasileiro demonstra uma peculiar facilidade em se apropriar das possibilidades mais avançadas da Internet, e parece sempre pronto para lidar com a abertura que os relacionamentos em rede pressupõem. O John Barlow, um dos grandes ciber-gurus, afirma que a cultura brasileira opera originalmente em modo rede - basta disponibilizar a infra-estrutura que uma diversificada cultura de uso pode rapidamente emergir.

Por que a cultura digital e o compartilhamento são importantes para a democracia?

A cultura digital enquanto cultura de uso das possibilidades de comunicação e de acesso à cultura e ao conhecimento proporcionadas pela Internet - projeta um cenário completamente novo para os processos políticos participativos. Yochai Benkler, um importante teórico político da rede, enxerga na emergência das redes sociais e da produção dos pares uma alternativa aos sistemas proprietários fundamentados nas lógicas do estado ou do mercado. Este novo ’sistema operacional’ da cultura seria capaz de fomentar ao mesmo tempo criatividade, produtividade e liberdade, satisfazendo igualmente às demandas tanto de indivíduos quanto de coletividades. É a possibilidade de uma cultura verdadeiramente participativa.

Com a chegada de ferramentas de colaboração ubíquas, instantâneas e baratas, torna-se possível promover espaços de debate e construção coletiva onde modelos de coordenação pública descentralizada podem criar soluções inovadoras para as questões apresentadas pelo século 21.

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Militao Ricardo
Musico, Jornalista, Produtor Musical e Professor.
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21.10.09

Música ainda é profissão? V.1.1

Ótimo artigo do excelente produtor musical Pena Schmidt, figura de proa da nova configuração da indústria musical brasileira.

http://penas.blogspot.com/2009/10/musica-ainda-e-profissao.html

Pena discorre com sabedoria e maestria sobre os novos desafios e horizontes da profissão de músico em face das transformações no mercado musical resultantes da introdução das novas tecnologias digitais e de redes de comunicação.

Vale a pena ler. Eu recomendo fortemente.

Militao Ricardo
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2.9.09

Novos espaços no mercado fonográfico no Brasil

Interessante entrevista com Wilson Souto, diretor da gravadora Atração Fonográfica, um do selos nacionais que vem crescendo nos espaços deixados pelas gravadoras estrangeiras. Matéria publicada no Diário do Comércio de SP, em 16 de Janeiro de 2008 e reproduzida no blog iniciativa cultural.

http://iniciativacultural.wordpress.com/2009/01/26/o-mercado-nacional-virou-free-shop/


Souto explica a mentalidade das majors nas décadas passadas, quando utilizavam os benefícios da renúncia fiscal para investir no mercado brasileiro. Com o fim destas facilidades nesta década elas se voltaram para seus produtos internacionais, deixando espaço para empresas nacionais gravar e vender a música produzida no Brasil.

Militao Ricardo
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8.7.09

Direitos Autorais: por um novo modelo!

Assista ao vídeo com a fala de Alvaro Santi, do Fórum dos Músicos do RS, na mesa redonda sobre direito autoral realizada no primeiro "Música para Baixar", evento paralelo ao Fórum Internacional do Software Livre, em Junho de 2009, em Porto Alegre, RS.

Fala de Alvaro Santi no 1 MPB em Porto Alegre from Everton Rodrigues on Vimeo.





Militao Ricardo
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7.7.09

Novo livro de Chris Anderson

Acaba de sair o novo livro de Chis Anderson, autor de "A Cauda Longa", livro importante para quem está atento à mudança na estrutura da indústria fonográfica. Nesta obra nova o autor discute sua idéia de que vale a pena oferecer uma obra de graça na rede e ao mesmo tempo uma versão paga com mais benefícios. Segundo Chris, o divulgação gerada pela versão gratuíta vai provocar a venda de uma certa quantidade, que por sua vez vai pagar a produção e dar lucro.

O Livro está disponível para download em versão de áudio. Também pode ser lida gratuitamente no http://www.scribd.com. O blog do autor informa que nas próximas semanas a obra vai ser oferecida em outras plataformas, em versões pagas e gratuítas.

Interessante é o detalhe de que a versão paga é a que traz benefícios adicionais. Vale a pena observar o que se entende por "benefícios". No caso da versão em MP3, a versão mais curta, com cerca de 3 hs de duração é a versão paga. A gravação completa, com cerca de seis hora é a que está sendo oferecida de graça. Porque? Os leitores de audiobook devem preferir a versão mais compacta e mais objetiva. Marketing. Pesquisa para entender o que o público deseja.

Com vocês a nova obra de Chris Andreson:

FREE (full book) by Chris Anderson


Militao Ricardo
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5.7.09

Documentário discute direito autoral na era da informação

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1205200917.htm (12/05/2009)

NA REDE

remixer.com
Documentário discute direito autoral na era da informação a partir do produtor americano Girl Talk; diretor gravou parte do filme no Brasil

BRUNA BITTENCOURT
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob a alcunha de Girl Talk, o produtor americano Gregg Gillis ficou conhecido por seus excêntricos mash ups, nos quais se apropria de dezenas de trechos de músicas de outros artistas, editados e rearranjados, para criar novas faixas.

Mas, para lançar cada um dos seus quatro álbuns, Gillis teria de ter desembolsado US$ 4,2 milhões com licenças para editoras e gravadoras -o que nunca aconteceu. O cálculo foi feito pelo diretor canadense Brett Gaylor em "RIP: a Remix Manifesto", documentário que parte de Gillis para discutir o direito autoral na era da informação e que agora está disponível em www.ripremix.com/ripit.
"Sempre houve uma tensão entre a internet e as ideias tradicionais que cercam propriedade intelectual", diz Gaylor, 32, em entrevista à Folha.

Em "RIP", o diretor defende a chamada cultura de remix, na qual, a partir do download -seja de uma música, seja de um filme-, internautas podem transformar uma obra já conhecida em algo novo, como sugere ser o caso de Gillis. "É uma forma de cidadãos não serem mais só consumidores, mas de se tornaram criadores."

No filme, a cultura de remix é defendida pela flexibilização da atual legislação que protege a propriedade intelectual -pela qual o uso de qualquer trecho de uma música sem autorização é passível de processo.

O filme trata desde a batalha do Napster até a atuação das grandes corporações, detentoras de gravadoras e estúdios, para que as regras do jogo não mudem. O diretor ouve, entre outros, Lawrence Lessig, fundador do Creative Commons -organização que disponibiliza licenças flexíveis para obras intelectuais. Para Gaylor, tal proposta é uma das melhores alternativas para o embate dos direitos autorais.

"É uma solução razoável que permite aos artistas declararem que seu trabalho pode ser sampleado, mas sem abrir mão de seus direitos comerciais, caso a obra venha a ser usada com fins lucrativos", diz o diretor. "A única alternativa para o futuro é restaurar o equilíbrio do direito autoral. Atualmente, há muita coisa nas mãos das grandes corporações."

Neste mês, enquanto ainda apresentava "RIP" em festivais de cinema, Gaylor disponibilizou o filme para download com a intenção de permitir às pessoas que "remixem, adicionem e melhorem" o documentário.

"Me inspirei no movimento do open source [código aberto], em que programadores e hackers criam softwares colaborativamente", diz Gaylor sobre o que ele chama de "cinema open source", instrumento que usou para permitir que o público interfira em seu filme. "Foi também um jeito de adotar algumas das ideias das quais o filme fala e de provar que elas podem ser um modelo novo, atual."

Brasil como exemplo
O Brasil ocupa uma significativa fatia do filme. Gaylor diz acreditar que o país tem muito a ensinar. Em passagem pelo Rio, conversou com Gilberto Gil, que levou o Creative Commons a um debate público quando ainda era ministro da Cultura. "É inspirador que a América do Norte veja isso."
Enquanto a discussão se aquece, o Girl Talk segue lançando seus discos por um selo especializado em samples, batizado de Illegal Art. E Gillis afirma que, até hoje, nunca foi processado.
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Militao Ricardo
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22.4.09

Piratas são mais propensos a comprar músicas online, diz estudo

FONTE: http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/04/22/piratas-sao-mais-propensos-a-comprar-musicas-online-diz-estudo/ (22/04/2009)
Por PC World/EUA

São Francisco - Probabilidade de usuários de redes de compartilhamento comprar músicas é dez vezes maior do que de usuários normais.


Os fãs que baixam discos ilegalmente via redes peer-to-peer (P2P) também estão entre os que têm mais probabilidade de comprar música online, indica um estudo da BI Norwegian School of Management, da Noruega. Após analisar os hábitos de aproximadamente 2 mil usuários com 15 anos ou mais, os pesquisadores descobriram que os piratas compraram dez vezes mais músicas que os usuários normais.

Obviamente, a indústria musical não ficou nada feliz com esse estudo. Um porta-voz da gravadora EMI destacou que o consumo de música está crescendo, mas a receita das gravadoras continua caindo - e a culpa é da pirataria.

Esse porta-voz não levou em consideração, entretanto, que a música online funciona de forma diferente. Enquanto no mundo “real” as pessoas são obrigadas a comprar um álbum com várias músicas (e que rende muito mais dinheiro às gravadoras), os internautas podem comprar faixas individualmente no mundo virtual, e isso diminui a receita das companhias do setor.

O mais importante é que o estudo revela um aspecto dos fãs de música pouco explorado pelas gravadoras. Usuários que baixam muitos discos via redes P2P são aficionados por música e, por um lado, faz sentido que eles recorram a lojas virtuais para comprarem as faixas que não conseguem encontrar de maneira alguma nas redes de pirataria. Ou seja, embora a pirataria seja um problema para as gravadoras, ela não é a única razão pela qual a indústria musical tem problemas.


Jeff Bertolucci, editor da PC World, em São Francisco


Militao Ricardo
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1.3.09

Experiência com iPhone

Alguns meses após o lançamento do iPhone no Brasil finalmente comprei o meu smartphone, com pacote de acesso ilimitado à internet. Outro dia conto a novela que foi conseguir comprar o aparelho da minha operadora. Muita desinformação no setor de vendas. Mas isto é outro assunto.

Aparelho habilitado na mão, com conexão 3G, agenda transferida e músicas carregadas. Aí eu saí de férias… para um lugar sem conexão 3G! – “Vai funcionar durante 15 dias como um telefone normal”, pensei. Mera suposição. Nunca li tão poucos livros nas férias. Não sigifica que não li nas férias. Me distraí com artigos do New York Times, e-mails, mensagens do Tweeter, acompanhei a regata de volta ao Mundo através de seu site para celulares, li a Zero Hora e acompanhei o blog do Fernando Meligeni. Enfim, não me desconectei do mundo. Será que isso foi bom?

Eu trabalho ao longo dos 11 meses usando computadores de forma intensiva. E em casa também. Todos os anos eu faço questão de não levar notebook na viagem de férias. Evito as Lan Houses o máximo possível e saio pra rua sem telefone celular. É minha maneira de me desligar do mundo e do trabalho. Normalmente vou para uma pequena cidade no litoral de Santa Catarina.

Pois este ano levei inocentemete o iPhone 3G recém comprado. Não tinha conexão de banda larga aonde eu estava. Tinha conexão EDGE. Isto era o suficiente para eu acessar conteúdos de texto e fotos leves. Bastou para mudar minha rotina de férias. Acordar, abrir a janela, olhar o mar e … ler um artigo selecionado do New York times, controlar o saldo bancário sem pegar fila no terminal do banco no spermercado ou informar como estava a cara do dia em Garopaba pelo Tweeter.

Conclusões: bom… conclusões? “Tudo muito bom, tudo muito bem, mas realmente…” eu não desliguei minha mente dos assuntos do dia-a-dia do resto do ano. Ao terminar as férias olhei para a pilha de livros que foram guardados carinhosa e ansiosamente para as férias e voltavam para a mala sem ter sido lidos. Ficou uma pulga atrás da orelha. Será que vou pagar caro por não ter me desconectado? Será que o stress de trabalho voltará mais rápido? Será que valeu a pena ler o NYT com calma em vez dos meus livros?

Os smartphones realmente apresentam uma nova dimensão de acesso à internet e todo o complexo de informação e serviços que ela oferece. Uma capacidade de computação e conexão ampliada em relação à geração anterior de telefones. Agora a internet saiu do escritório da casa, da sala e postou-se na mesa de cabeceira. Abrimos os olhos demanhã e ali está a rede, a centímetros dos olhos e das mãos. Dá pra ler os e-mails antes de escovar os dentes. Não imagino bem como será quando as redes 3G estiverem por todo o lugar. Deu pra sentir que o potencial de mudança é grande.




Militao Ricardo
Musico, Jornalista, Produtor Musical e Professor.
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