1.3.09

Experiência com iPhone

Alguns meses após o lançamento do iPhone no Brasil finalmente comprei o meu smartphone, com pacote de acesso ilimitado à internet. Outro dia conto a novela que foi conseguir comprar o aparelho da minha operadora. Muita desinformação no setor de vendas. Mas isto é outro assunto.

Aparelho habilitado na mão, com conexão 3G, agenda transferida e músicas carregadas. Aí eu saí de férias… para um lugar sem conexão 3G! – “Vai funcionar durante 15 dias como um telefone normal”, pensei. Mera suposição. Nunca li tão poucos livros nas férias. Não sigifica que não li nas férias. Me distraí com artigos do New York Times, e-mails, mensagens do Tweeter, acompanhei a regata de volta ao Mundo através de seu site para celulares, li a Zero Hora e acompanhei o blog do Fernando Meligeni. Enfim, não me desconectei do mundo. Será que isso foi bom?

Eu trabalho ao longo dos 11 meses usando computadores de forma intensiva. E em casa também. Todos os anos eu faço questão de não levar notebook na viagem de férias. Evito as Lan Houses o máximo possível e saio pra rua sem telefone celular. É minha maneira de me desligar do mundo e do trabalho. Normalmente vou para uma pequena cidade no litoral de Santa Catarina.

Pois este ano levei inocentemete o iPhone 3G recém comprado. Não tinha conexão de banda larga aonde eu estava. Tinha conexão EDGE. Isto era o suficiente para eu acessar conteúdos de texto e fotos leves. Bastou para mudar minha rotina de férias. Acordar, abrir a janela, olhar o mar e … ler um artigo selecionado do New York times, controlar o saldo bancário sem pegar fila no terminal do banco no spermercado ou informar como estava a cara do dia em Garopaba pelo Tweeter.

Conclusões: bom… conclusões? “Tudo muito bom, tudo muito bem, mas realmente…” eu não desliguei minha mente dos assuntos do dia-a-dia do resto do ano. Ao terminar as férias olhei para a pilha de livros que foram guardados carinhosa e ansiosamente para as férias e voltavam para a mala sem ter sido lidos. Ficou uma pulga atrás da orelha. Será que vou pagar caro por não ter me desconectado? Será que o stress de trabalho voltará mais rápido? Será que valeu a pena ler o NYT com calma em vez dos meus livros?

Os smartphones realmente apresentam uma nova dimensão de acesso à internet e todo o complexo de informação e serviços que ela oferece. Uma capacidade de computação e conexão ampliada em relação à geração anterior de telefones. Agora a internet saiu do escritório da casa, da sala e postou-se na mesa de cabeceira. Abrimos os olhos demanhã e ali está a rede, a centímetros dos olhos e das mãos. Dá pra ler os e-mails antes de escovar os dentes. Não imagino bem como será quando as redes 3G estiverem por todo o lugar. Deu pra sentir que o potencial de mudança é grande.




Militao Ricardo
Musico, Jornalista, Produtor Musical e Professor.
mrmaya@uol.com.br